A promessa presente

Isaias Lobão Pereira Júnior

"Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém. Maranata" (Apocalipse 22:20)

A insegurança de nossos dias provoca um crescente interesse pelo futuro, e pelos chamados "fins dos tempos". A configuração das coisas vindouras reveste-se de profundo significado, tanto para crentes, quanto para incrédulos.

Entre nós prevalece uma atitude geral apocalíptica. No sentido de um fim dos tempos, tumultuado e cheios de enigmas insondáveis para aqueles não iniciados nas artes de previsão e especulação do futuro. Os profetas da condenação vivem a lembrar-nos que a atual explosão populacional, a poluição do meio ambiente, e a exaustão dos suprimentos alimentares deste mundo indicam que o fim não pode estar longe.

E o pior é que essas vozes parecem ser levadas a sério. As livrarias estão abarrotadas de títulos que abordam o tema do fim e as questões relativas ao futuro. Muitos dos títulos dessas coloridas publicações cercam-se de um tom sensacionalista, arrancando boa reação dos leitores entusiasmados. Esses escritos sobre profecia talvez obtivessem ainda maior confiança da parte do público leitor se seus autores chegassem todos às mesmas conclusões. Mas se todos eles (pelos menos aqueles publicados pela corrente evangélica) afirmam alicerçar seus estudos sobre as Escrituras Sagradas, por outro lado discordam largamente quanto às suas descobertas, para consternação de muitos crentes devotos.

Uma das razões dessa discordância é que muitos acham difícil de admitir - é que a Bíblia não nos provê informações suficientes para possibilitar que os seus leitores acompanhem o curso dos eventos futuros com detalhes precisos. Ou seja, ninguém tem a última palavra sobre o tema da escatologia. E talvez mais difícil de admitir seja o fato que nossa compreensão, daquilo que parece tão claramente afirmado nas Escrituras é limitada e flexível. Todavia, isso não nos deveria levar a evitar o assunto da escatologia.

Existem temas que são recorrentes nas discussões escatológicas evangélicas. Dentre eles, temos: o número da besta, a interpretação dos selos do livro do apocalipse, a identificação do anti-cristo, a interpretação das 70 semanas de Daniel.

A grande dose de sensacionalismo que envolve o estudo da escatologia conduziu muitos a uma negligência perigosa. A mensagem escatológica, fundamentada somente na Bíblia, deve nos levar a uma vida cristã séria e comprometida com o Reino. Se negligenciarmos nossa responsabilidade, estaremos distante do ensino verdadeiro de Cristo.

O alerta escatológico é para uma vida de consagração e santidade, aguardando do retorno glorioso do nosso Rei. A promessa do fim do livro do Apocalipse é uma oração ansiosa. Uma petição longamente aguardada. O retorno glorioso de Cristo para buscar a sua igreja. Em tempos difíceis, como os nossos, necessitamos de uma palavra de consolo e abrigo. O livro do apocalipse apresenta uma mensagem de promessa, esperança e vitória.

Aqueles que abordam o Apocalipse como um grande quebra-cabeça com milhares de peças pequenas, memorizando trombetas e taças tentando ajuntar os selos, as bestas e as pragas, esovocaperdem o verdadeiro sentido da mensagem do livro.

Creio que o livro do apocalipse é para mim e para você, crentes que lutam contra o pecado, as forças do mal e, às vezes, se sentem fatigados. Precisamos de força e entusiasmo.

Na conclusão do Apocalipse, as visões apresentam um quadro do triunfo final e completo de Cristo. Jesus Cristo é o vencedor. Conquistou a morte, o inferno, o dragão, a besta, o falso profeta, e aqueles que adoram a besta.

Embora o cumprimento destas visões ainda esteja por vir, Cristo reina vitorioso agora. Aleluia! De forma que nada nos separará do amor de Deus (Rm 8:35, 38-39).

Cristo soberano assegura aos crentes que nada ocorrerá na sua vida por causa de um destino cego ou pelo acaso frio e impessoal, mas tudo o que acontece em nossa vida coopera para o bem (Rm 8:28). Somos conduzidos pela mão paternal de Deus.

Por causa destas verdades, você deve ser paciente na adversidade, grato pelas bênçãos recebidas e confiante sobre o futuro. Somos encorajados, pelo anseio que temos pelo retorno de Cristo, a permanecer firmes e inabaláveis, quando confrontados pelas dificuldades que a vida nos apresenta.


por Isaias Lobão Pereira Júnior